Houve um tempo em que Pessoas com Deficiência (PcD) eram isoladas em escolas destinadas apenas para elas. Essa prática ficou no passado. Trazê-las às escolas comuns representa uma oportunidade de inclusão social amparada e exigida legalmente. Incluir significa agregar e interagir com aqueles que, possuem diferentes habilidades, mesmo com possíveis limitações.
Por trás desses verbos no infinitivo, há um imperativo. A Lei Brasileira de Inclusão determina que a matrícula das PcD em escolas regulares seja obrigatória. Nenhuma instituição, pública ou privada, tem o direito de rejeitar quaisquer alunos por conta de suas deficiências.
A pergunta que fica diante dessa exigência é: como ocorre a aplicação dessas diretrizes? A política de inclusão tem viabilidade no cotidiano escolar? É realmente possível incluir PcDs em escolas regulares?
A resposta é sim. Além de ser possível, a inclusão tem caráter urgente e necessário. Para que essa possibilidade se concretize, escolas e professores devem passar pelos processos formativos de conscientização, de adaptação e preparo para desenvolver o trabalho com sucesso.
A própria Lei Brasileira de Inclusão exige que a escola se adapte ao aluno e não o contrário. Aos profissionais da educação cabe o fomento de conteúdos e didáticas que contemplem as individualidades, a fim de que todos os estudantes tenham possibilidades igualitárias de acesso, aprendizagem e socialização.
Muitos professores, mesmo antes da inclusão ser legalmente estimulada e exigida, já lidavam com alunos em diferentes ritmos e sempre foi necessário que houvesse sensibilidade a fim de não deixar nenhum deles sofrer perdas pedagógicas no processo de ensino e aprendizagem. Agora, parte-se desse mesmo princípio para os alunos público-alvo da educação especial.
Com sua sensibilidade, planeje aulas contextualizadas que se adaptem às individualidades e necessidades de seus alunos. Se precisar de recursos, chame a responsabilidade da escola, visto que a educação inclusiva demanda um esforço coletivo de todos os envolvidos no processo educacional. Também considere a adoção de materiais adaptados e a aplicação de avaliações flexíveis.
E não se esqueça que há uma grande missão em suas mãos: educar para incluir. Enquanto integra os estudantes com deficiência às suas aulas, usando conteúdos adaptados e didáticas sensíveis, estimule os demais alunos a participarem da inclusão e a interagir uns com os outros de maneira igualitária, ensinando-os que a escola reflete a diversidade que há além dela.
Sabemos que, na prática, a inclusão demanda esforços e conhecimentos que você não aprendeu na graduação. No entanto, a arte de ensinar demanda frequentes atualizações, bem como um reconhecimento contínuo de que a educação possibilita um mundo mais justo. Sendo assim, sua missão como educador vai além do conhecimento técnico e parte para a formação de cidadãos críticos, conscientes e respeitosos.
Gostei. Tenho um sobrinho PcD. Sentimos na pele a dificuldade de encontrar professores que se interessassem pelo desenvolvimento dele, mas igualmente a satisfação e gratidão por aqueles que se desenvolveram, junto com ele, e conseguiram ajudá-lo. Muitas vezes era só uma questão VER, OUVIR, SENTIR, de tentar entender e a solução vinha. Me lembro de uma professora que percebeu que entregar atividade diferenciada (avulsa) o deixava entristecido. O que ela fez? Encadernou as atividades e colocou a mesma capa do material dos alunos comuns. Só isso. Assim ele não tinha mais um rótulo de “diferente”. A percepção dele foi a de que fazia as mesmas atividades dos colegas e isso só foi um salto de qualidade.